Wednesday, April 19, 2006
  Almadrava: Reencarnação x Imortalidade da Alma
A crença de renascer noutro corpo; a crença de que vivemos antes e viveremos novamente noutro corpo após a morte. Era uma crença vulgar nas religiões orientais como o hinduismo e o budismo, mas agora é uma pedra base de teorias como a dianética e o canalizar. Nas religiões antigas, a reencarnação não era algo de bom, mas uma coisa má. [leia mais nos comentários]
 
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Reencarnação
A crença de renascer noutro corpo; a crença de que vivemos antes e viveremos novamente noutro corpo após a morte.

Era uma crente vulgar nas religiões orientais como o hinduismo e o budismo, mas agora é uma pedra base de teorias como a dianética e o canalizar. Nas religiões antigas, a reencarnação não era algo de bom, mas uma coisa má. Atingir o estado mais elevado (nirvana) era escaparmos da roda dos nascimentos. Nas religiões da Nova Era, parece ser algo de perverso. Prepare-se nesta vida para o que ou quem se tornará na próxima. Crença na reencarnação abre também as portas para as terapias da Nova Era, que procuram as causas dos nossos problemas hoje nas experiências das nossas vidas passadas. Porque é que alguém pensa que uma dor crônica no estomago é devida a ter sido esfaqueado há dois mil anos numa arena Romana, ultrapassa-me. Suponho que estas crenças são atraentes porque não podem ser provadas. Mais, os pacientes parecem fazer bicha para ouvir estes disparates.

L. Ron Hubbard, autor de Dianetics e fundador da Cientologia, introduziu a sua própria versão da reencarnação na sua nova religião. De acordo com Hubbard, as vidas passadas precisam ser auditadas para ir à raiz dos seus "problemas”.Também afirma que a "Dianética deu ímpeto a Bridey Murphy" e alguns cientologistas foram cães e outros animais em vidas passadas ("A Note on Past Lives" em The Rediscovery of the Human Soul). De acordo com Hubbard, "Foi só com a Cientologia que os mecanismos da morte foram completamente compreendidos." O que acontece na morte é: o Thetan (espírito) encontra-se sem um corpo (que morreu) e vai á procura de novo corpo. Thetans "andarão a volta das pessoas. Vêem uma mulher grávida e seguem-na na rua." Então, o Thetan entra no recém nascido "geralmente... dois ou três minutos após a criança sair de dentro da mãe. Um Thetan geralmente aproveita o momento em que a criança respira pela primeira vez." Como Hubbard sabe isto nunca é revelado.

J.Z. Knight afirma que em 1977 o espírito de um guerreiro do Cro-magnon que viveu na Atlântida possuiu i seu corpo de modo a transmitir regras de sabedoria que reuniu ao longo dos séculos. O Sr. Knight parece continuar o trabalho de Jane Roberts e Robert Butts, que em 1972 surgiram no mercado com Seth Speaks. Knight, Roberts e Butts estão em divida para com Edgar Cayce que afirmava estar em contacto com muitas das suas vidas passadas. Pode pensar que o canalizar baralha um bocado as coisas. Porque se vários espíritos do passado podem entrar numa pessoa em qualquer momento sem destruir a presente pessoa, é possível que quando alguém se recorda de uma vida passada não seja essa pessoa que se está a lembrar.

De um ponto de vista filosófico, a reencarnação coloca alguns problemas interessantes. O que é reencarnado? Presumivelmente, é a alma. Se as almas existem, podemos afirmar que ou existem eternamente ou são criadas. E podemos também considerar que ou tem um fim ou existem para sempre. Podemos afirmar que são colocadas por Deus no momento da concepção ou que são livres de entrar num bebe no momento do nascimento. Podem entrar e sair dos corpos à vontade. De fato as possibilidades das relações das almas com os corpos são infinitas. A projeção astral oferece uma possibilidade. A alma imortal deixando o corpo e indo para o céu ou para o inferno é uma possibilidade. Podemos explicar as crianças prodígio defendendo que ao contrário da maior parte das reencarnações em que a alma tem de começar do zero, a criança prodígio recebe uma alma que traz conhecimentos da vida anterior, dando-lhe vantagens sobre os restantes. Podemos explicar o deja vu como memórias de vidas passadas. Os sonhos podem ser explicados como viagens da alma. Mas antes de pensarmos nestas explicações devemos antes pensar na idéia da alma. Esta substância não-substância é um absurdo, uma noção autocontraditória. A idéia de um contentor não espacial é tão concebível como a de um verme não espacial.

Mas se aceitamos por um momento que a idéia de alma é possível, podemos assumir que existiu do nada a partir de um dado momento, ou que evoluiu a partir de algo, ou que existiu sempre. Não penso que haja um crente que aceite que a alma evoluiu a partir de algo. Portanto, ou surgiu do nada ou existiu sempre. Se existiram sempre e a reencarnação está correta, então a população mundial devia permanecer constante. Done, ou as almas não existiram sempre ou a reencarnação não está correta. Se assumimos que as almas não existiram sempre, então, por silogismo disjuntivo devemos concluir que a reencarnação não é correta. Portanto, para a reencarnação ser correta, as almas não podem ter existido sempre. Mas se a reencarnação está correta as almas devem surgir do nada. Mas a reencarnação exige que já exista uma alma para reencarnar. Se as almas surgem de repente porquê assumir que (a) entram em corpos, ou (b) surgem apenas para saltar de corpo em corpo? Podemos assumir que as almas emergem e encontram um corpo e agarram-se a ele até à morte, e saltam para o seguinte, ad infinitum ou ad nauseam ou ad qualquer coisa. Podemos assumir isso, mas para quê? Que razão para assumir tão estranha crença?

Se um afirma que a reencarnação não é inútil, pois ajuda a explicar o mencionado acima, então teremos de fornecer explicações alternativas. Por exemplo, regressões a vidas passadas e deja vu são melhor explicadas como recordações desta vida. Sonhos e crianças prodígio são melhor explicadas como resultado de afetividade cerebral. O meu ponto de vista é que não havendo maneira de distinguir um bebe cuja alma vai para o céu ou para o inferno de um bebe cuja alma esteve antes noutros corpos de um bebe sem alma nenhuma, segue-se que a idéia de alma não acrescenta nada ao nosso conceito de ser humano. Donde, quer a reencarnação quer a idéia de uma alma imortal que vai para o céu ou para o inferno são igualmente inúteis e sem sentido.

Finalmente, visto não haver maneira de dizer a diferença entre um bebê com alma que vai para o céu ou o inferno, de um cuja alma tem andado por outros corpos, de um sem alma, a idéia de alma não acrescenta nada à nossa concepção de ser humano. Aplicando a navalha de Occam, quer a idéia de reencarnação quer a idéia de uma alma imortal que irá para o céu ou para o inferno, são igualmente desnecessárias.


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Leituras

A Case of Reincarnation -- Reexamined por Joe Nickell
Baker, Robert A. Hidden Memories : Voices and Visions from Within (Amherst, N.Y.: Prometheus Books, 1996).

Baker, Robert A. They Call It Hypnosis (Buffalo, N.Y.: Prometheus Books, 1990).

Edwards, Paul. Reincarnation: A Critical Examination (Amherst, N.Y.: Prometheus Books).

Hubbard, L. Ron. The Rediscovery of the Human Soul (Scientology, 1996).

Spanos, Nicholas P. "Past-Life Hypnotic Regression: A Critical View," The Skeptical Inquirer, Winter 1987-1988
 
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