Wednesday, April 19, 2006
  Almadrava - Projeção Astral
A separação da consciência de uma pessoa do seu corpo, permitindo à pessoa viajar sem levar o corpo. A consciência separada pode perceber realidades físicas. Duas formas comuns são a experiência de sair do corpo(Out of Body Experience - OBE) e a quase morte e as experiências de viagens no espaço. No primeiro, uma pessoa inconsciente flutua sobre o seu corpo e vê o que se está a passar. No ultimo, a pessoa visita Jupiter ou outras galáxias. [mais informações nos comentários]
 
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Projeção Astral
A separação da consciência de uma pessoa do seu corpo, permitindo à pessoa viajar sem levar o corpo. A consciência separada pode perceber realidades físicas. Duas formas comuns são a experiência de sair do corpo(Out of Body Experience - OBE) e a quase morte e as experiências de viagens no espaço. No primeiro, uma pessoa inconsciente flutua sobre o seu corpo e vê o que se está a passar. No ultimo, a pessoa visita Jupiter ou outras galáxias.
Dois cientistas popularizaram esta variante moderna de dualismo metafísico: Elizabeth Kübler-Ross e Raymond Moody. A primeira é conhecida pelos seus trabalhos sobre morte. O segundo é um psiquiatra com doutoramento em filosofia cujo titulo favorito parece ser "parapsicólogo". Escreveu pelo menos quatro livros sobre o assunto. São basicamente interpretações liberais de testemunhos de médicos, enfermeiras e pacientes. Característico do trabalho de Moody é a omissão de casos que não encaixem na hipótese. Escreveu um livro sobre... Elvis. Kübler-Ross afirma ser possível ter sexo com os espíritos dos mortos. Outros populares investigadores são os Drs. Puthoff e Targ do Stanford Research Institute e o Dr. Charles Tart, um psicólogo reformado da Universidade da Califórnia em Davis e que está agora no Institute of Transpersonal Psychology. Este trio também investiga a percepção extra sensorial.
A projeção astral exige que acreditemos que (a) a consciência é uma entidade separada do corpo e que pode existir sem o corpo, pelo menos em durante curtos períodos de tempo, e (b) que a consciência sem corpo consiga "ver", "ouvir", "sentir" e, presumo, cheirar.1 A crença de que a mente e o corpo podem ser entidades separadas e possam existir separadas do corpo é a base da visão ocidental tradicional da imortalidade da alma. Na visão tradicional, tem de morrer para a sua alma poder viajar, e mesmo os destinos estão limitados: céu ou inferno. A visão Nova Era leva-o onde quiser e não tem de morrer. Que belo negócio!
Contudo, imagine o que sucede com milhares de almas a fazerem viagens astrais e a voltarem para o corpo errado. Devíamos esperar que algumas mentes se perdessem e não encontrassem os corpos. Devia haver por aí corpos abandonados pelas almas. Devia haver algumas almas confusas porque se tinham enganado nos corpos. Se o dualismo fosse verdade, devíamos encontrar almas sem corpos por todo o lado!
Parece-me óbvio que quando percebo algo é devido a ter sensações corpóreas (vista, audição, etc) que são estimulados por fenômenos físicos (radiação eletromagnética, vibração do ar, etc.). De acordo com os dualistas, contudo, é a minha mente que está a perceber. O meu corpo é supérfluo. Descartes, muitas vezes chamado Pai da Filosofia Moderna, pensou ter provado este ponto na sua obra Meditações Metafísicas. Aqui pede ao leitor para o seguir numa pequena experiência. Imagine um pedaço de cera de abelha. Considere o seu odor, a sua textura, o seu tamanho e forma. bata-o e ouça o som que emite; prove-o e sinta o mel ainda embebido. Agora imagine que queima a cera. Agora parece, cheira, soa e sabe de modo diferente. Por outras palavras, todos os dados percebidos lhe dizem que se trata de um objeto diferente. Contudo, você sabe que é o mesmo com uma aparência completamente diferente. Sabe que a essência da cera permanece apesar das transformações das suas propriedades. Como sabe isso? Não através dos seus sentidos, visto estes lhe dizerem que não é a mesma cera. Sabe-o através da mente. Portanto, o seu conhecimento das substâncias materiais não lhe vem dos sentidos do corpo, mas através da sua mente imaterial.
A principal dificuldade com o argumento de Descartes centra-se nas idéias de essência e substância. São conceitos supérfluos. Tudo pode ser explicado do mesmo modo sem assumir que por trás de cada percepção de um objeto físico existe uma substância chamada mente e uma substância chamada corpo. A cera de Descartes é a mesma depois de queimada? Um ovo é o mesmo ovo depois de frito? Uma nota de mil é a mesma depois de ser cortada em quatro partes? O que se ganha em assumir que há um ovo-essência que permanece igual depois de ser frito? De que modo o ovo-essência difere das propriedades físicas do ovo? Porquê assumir que o ovo real é uma substância apenas percebida pela mente?
De igual modo, porquê assumir que para lá de ver uma bola vermelha, há uma substância não material, a mente, que está realmente a ver, e o corpo, incluindo o cérebro, é apenas um veiculo para bombear dados nesta mente? Um dos problemas do dualismo é tentar explicar como é possível a uma entidade espacial interagir com uma não espacial. Como se liga o corpo com a mente se são substâncias diferentes? Como pode o físico causar efeitos no não físico e vice-versa? (Descartes não sabia explicar como é possível a interação da mente e do corpo, mas afirmou saber onde ocorre: a glândula pineal.).
Podemos perguntar, se os dualistas estão corretos, porque é que a consciência necessita da assistência dos órgãos sensoriais em circunstâncias normais. O corpo torna-se uma entidade supérflua nesta teoria. Se fosse possível separar a alma do corpo porque é que a alma voltaria? Se se dá tão bem sem esta prisão material (como Platão chamou ao corpo), então porque não se aventura sozinha e fica lá?
Mas, nada há de místico ou misterioso em viajar enquanto o corpo fica quieto. A maior parte das pessoas do planeta fazem-no todas as noites quando adormecem e sonham. Muitos de nós viajamos acordados até lugares exóticos no estrangeiro. Muitos fazem-no sob o efeito de drogas. Alguns fazem-no devido a desordens cerebrais.2

James Randi cita o caso de dois cientistas no Stanford Research Institute, Dr. Russell Targ e Dr. Harold Puthoff, que compararam favoravelmente os achados da Mariner 10 e Pioneer 10 (naves de pesquisa) com os "achados" de Ingo Swann e Harold Sherman que afirmam ter visitado Mercúrio e Jupiter em "viagens astrais" antes das naves terem sido lançadas.3 Estes cientistas afirmam ter encontrado notáveis semelhanças entre o que Swann e Sherman relataram e o que as naves informaram. Pediram mais estudos, usando os viajantes astrais como guias da exploração espacial. Isaac Asimov pegou nas afirmações e comparou-as com o que era conhecido da informação transmitida pelas naves. Asimov concluiu que 46% das afirmações dos viajantes era falsa. Classificou apenas uma das 65 afirmações como uma fato que não era óbvio ou não podia ser obtido de outras fontes. Os cientistas não se preocuparam com o fato de Swann afirmar ter visto uma cadeia de montanhas de mais de 9000 metros em Jupiter quando não há tal coisa. Não se percebe como alguém pode confiar nisto. Se lhe disser que estive na sua terra e que vi uma cadeia de montanhas com 9000 metros e você sabe que não existem, pensava que eu lá tinha estado, mesmo se dissesse corretamente que lá havia um rio? Swann, a propósito, agora afirma que as viagens astrais são tão rápidas que provavelmente ele não estava a ver Jupiter mas outro planeta em outro sistema solar! Portanto, há realmente uma grande montanha, algures!
Apesar do apoio de parapsicólogos como Moody, Tart, Targ e Puthoff, não há uma evidência a suportar a afirmação de que alguém pode projetar a mente ou alma ou psique ou espírito ou seja lá o que for para algum lado neste ou noutro planeta. Tudo o que temos são testemunhos. Como podia ser de outro modo? A questão real para a psicologia é porque é que quando confrontados com a mesma evidência, dois grupos de pessoas inteligentes e conhecedoras, cada um armado com Doutores, Professores, Mestres e Prêmios Nobeis, os céticos e os crentes, respondem tão diferentementemente. Os céticos repelem as afirmações das testemunhas do paranormal e consideram os crentes como ingênuos enganados. Os crentes consideram os céticos como detratores profissionais de mentes curtas, mais guiados pela teimosia e preconceitos do que pelo pensamento critico.
Em conclusão, devemos notar que os puristas fazem uma distinção entre projeção astral e OBE. A primeira é um ensinamento de Madam Blavatsky 4 e envolve a crença em diferentes corpos, um dos quais é o corpo astral. O corpo astral percebe outros corpos astrais em vez do corpo físico. Porque, estritamente falando, não é a alma ou consciência que parte na projeção astral, mas uma espécie de corpo. É este corpo, já agora, que tem aura. É também o lugar da consciência e geralmente descrito como estando ligado ao corpo físico durante a projeção por um fio fino prateado e infinitamente elástico, uma espécie de cordão umbilical cósmico ou fio de Ariana.

Links
• Jouni A. Smed's OBE-FAQ.
• Keith Augustine's essays
• The Astral Projection Home Page
Blackmore, Susan J., Beyond the Body: an Investigation of Out-of-Body Experiences (London: Heinemann, 1982).
Blackmore, Susan. Dying to Live: Near-Death Experiences (Buffalo, N.Y.: Prometheus Books, 1993).
Grof Stanislav. Realms of the Human Unconscious: Observations from LSD Research (New York: Viking Press, 1975)
Ryle, Gilbert. The Concept of Mind (Chicago: University of Chicago Press, 1984).
Sacks, Oliver W. The Man Who Mistook His Wife for a Hat and Other Clinical Tales (New York: Harper Perennial Library, 1990).
Sagan, Carl. Broca's Brain (New York: Random House, 1979), pp. 47-48.
Siegel, Ronald K. Fire in the Brain : Clinical Tales of Hallucination (New York: Dutton, 1992).

notas
1. Ou isso ou pior, que o cérebro e os sentidos conseguem operar a grandes distâncias e perceber através de objectos por algum misterioso poder ainda não descoberto. Ou seja, é o corpo físico que percebe, digamos Marte, numa viagem astral: visões miraculosamente a milhões de quilómetros sem perder a acuidade visual; ouvir vibrações a milhares de quilómetros, etc.. Se está interessado em tomar isto a sério ver Jane Duran, "Philosophical Difficulties with Paranormal Claims," em Philosophy of Science and the Occult, editado por Patrick Grim. 2nd ed. (Albany: State University of New York Press, 1990), pp. 196-206.
2. Ver, por exemplo, Stanislav Grof, Realms of the Human Unconscious : Observations from LSD Research (New York: Viking Press, 1975); Ronald K. Siegel, Fire in the Brain : Clinical Tales of Hallucination (New York: Dutton, 1992).
3. James Randi, Flim-Flam! (Buffalo, New York: Prometheus Books,1982), pp. 68-69.
4. Foi o fundador da Theosophical Society em Nova Iorque em 1875. Reuniu um conjunto de ensinamentos baseados nas suas viagens à India e nos estudos das religiões e ciências orientais.
 
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